Argumentum Ad Hominem

(ataque ao argumentador)

Essa falácia consiste em referir-se ao oponente de forma pessoal e abusiva por meio de insultos e atques verbais. Usamos o "ad hominem" como arma para desacreditar ou reduzir a força da argumentação de nosso adversário.

"Todos sabemos que o nobre deputado é um mentiroso e trapaceiro costumaz, portanto como podemos concordar com sua idéia de redução de impostos?"

Nesse caso o "ad hominem" é usado para atacar um deputado. Seu adversário afirma que o deputado é um mentiroso e trapaceiro, logo suas ações são desacreditadas.

Outros exemplos:

"Ateísmo é uma filosofia malévola, praticada por comunistas e assassinos."
" Se foi um burguês quem disse isso, certamente é um engodo."

O uso dessa falácia é uma das táticas mais comuns, usamos até em discussões educadas e formais.
Quando atacamos uma pessoa, como no exemplo do deputado e do burguês, fica mais fácil encontrar argumentos para provar o que queremos falar e assim, desacreditarmos as ações de nossos adversários. Porém, para atacar idéias é necessário achar bons argumentos e evidências que provem a falta de credibilidade dessa idéia. Isso nem sempre é facil de se fazer.
Outro fator que, infelizmente favorece o uso de "ad hominem" é o "prazer emocional" obtido pelo atacante, já que, em geral, a pessoa atacada se irrita. Não é raro que esta irritação faça a pessoa perder o rumo da discussão, partindo também para ataques pessoais. Nesta situação vence aquele que dispõe de uma maior capacidade de maltratar verbalmente o outro.

"Ad Hominem válido: ao Testemunho"

Há uma maneira de usarmos a estrutura "ad hominem" de forma válida: quando ela faz parte não de um ataque ao argumentador, mas sim de um ataque ao testemunho.
Alguém pode desacreditar o testemunho de uma pessoa ao mencionarmos que ela é sabidamente mentirosa ou psicótica. Vejamos dois casos:

"O senhor está bêbado, como posso acreditar que presenciou este distinto cavalheiro roubando aquela senhora?"

Neste primeiro caso o argumento pode ser desacreditado, uma vez que o testemunho de um bêbado não é confiável, portanto, não teríamos como ter certeza de que ele viu o cavalheiro roubando a senhora.

"O senhor está bêbado, como posso aceitar que me diga para não estacionar meu carro em cima da calçada?"

No segundo caso, o testemunho do bêbado é válido: apesar dele não estar sóbrio, a idéia de não estacionar um carro em cima da calçada é coerente e percebida por todos. O fato dele não estar sóbrio não é suficiente para desacreditar seu testemunho. Logo, o "ad hominem" é inválido: a contra-argumentação não tem fundamento.

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